ÀS FAMÍLIAS... PRESERVAR A SUA MEMÓRIA

   A função do Núcleo Cel. Francisco Vieira, braço da Sociedade Veteranos de 1932 – MMDC é: preservar a historia da Revolução Constitucionalista de 1932 em Itapira e Região.
   Preservar a História dos acontecimentos do inverno de 1932 no Setor Leste, é preservar a historia da própria Itapira. A Revolução passou por aqui, um dos principais campos de batalha, Dezenas de Batalhões, Paulistas e Federalistas, passaram por aqui, venceram, perderam, sobreviveram e morreram.
   Muitos de nós, Itapirenses, temos pais, avós ou parentes que lutaram em 1932, escrevendo assim, mais um capítulo na nossa História. Homens se voluntariaram como combatentes, mulheres costuraram uniformes, trabalharam em fábricas e serviram a São Paulo como enfermeiras. Alguns fotógrafos, que mantinham estúdios por toda a região mantiveram o ideal da guerra se recusando a fotografar tropas federais, inimigas na ocasião. Outros, porém, obrigados a fazê-lo, muitas vezes com a arma apontada em sua cabeça, também preservaram a História, nos deixando imagens preciosas daqueles  tempos. 
   Soldados chegaram a Itapira para lutar contra os paulistas e daqui nunca mais saíram. Chegaram, lutaram e ficaram. Construíram suas casas, famílias e vidas aqui.
   Preservar a história destas famílias é ser Itapirense. Ser Itapirense é zelar pela história de sua família.
Esta é a função do Núcleo Cel. Francisco Vieira, pesquisar, catalogar, zelar e preservar a Memória de muitas famílias Itapirenses ou não, que aqui passaram e combateram.
   Meu avô, Sr. Elbe Marquezini, que viveu a vida toda no Bairro dos Limas, próximo aos Prados, me contava sempre sobre as Batalhas. Ele mesmo não combateu, mas produzia como agricultor, o alimento para os Bravos Paulistas. E nos Limas, que não foi uma das passagens da guerra, mas sentiu e viu de perto a Revolução. Ao final da tarde, contava meu avô, que se viam pequenos pontos luminosos, indo e vindo pelos céus. Eram as balas de fuzil trocados pelos combatentes.
   Minha avó. Dona Elidia Cima, tem suas raízes no Bairro do Machadinho e Tanquinho. Ela não se lembra de muitas coisas da Revolução. Mas se cansou de achar no meio da terra, depois da Guerra, balas, pedaços de fardas, capacetes e até armas inteiras. Com a família também de agricultores, toda a vez que seu pai, Sr. Jacomo Cima, revirava a terra preparando-a para o plantio, vinha à tona uma série de artefatos. Minha mãe, Maria Goreti Marquezini, conta que quando era em um destes preparos da terra de seu avô, apareceu um capacete com um furo de bala. Pobre combatente que o usava na ocasião em que o furo foi feito. E os restos deste combatente devem estar ainda perdidos na terra, ou já ter se deteriorado completamente. Infelizmente nunca saberemos a quem ele pertencia, para dar uma medalha de bravura ao bravo que morreu pelo seu ideal.
   Minha família sempre foi uma família de agricultores modestos, e na época não entendiam a importância de tais artefatos e eles se perderam no tempo, foram dados a pessoas que tinham algum interesse ou simplesmente jogados fora.
   Espero que, estas histórias de minha família sirvam como base e incentivo para nossos leitores, e que assim, conheçam e reconheçam a importância do Núcleo Cel. Francisco Vieira.
    Já não podemos saber quem foi combatente dono daquele capacete encontrado por minha mãe em sua mocidade, seus ideais, seus sonhos, suas virtudes, sua história... Não devemos deixar que isso se perca com o tempo... Não precisamos deixar essas histórias para depois... Devemos fazê-lo agora! Vamos preservar!       Vamos levantar o nome desses bravos voluntários! Levantar o nome do Turismo Itapirense! E reconhecer por toda a eternidade, a geração de 1932, que lutou e fez a democracia e a história acontecer.
   Escrevendo hoje, preservaremos a História, não só de Itapira, mas da sua Família!!!
   Junte-se a nós! Conheça! Comente! Divulgue!

Itapira – SP, 20 de Dezembro de 2011.

João Paulo Marquezini Machado
Historiador



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