HOMENAGEM AO CEL. FRANCISCO VIEIRA


O "Portal Cidade de Itapira" organizou a votação intitulada: "O Maior Itapirense de Todos os Tempos". Nesta primeira edição, em 2012, o grande eleito foi nosso patrono, Cel. Francisco Vieira. Para receber  a honraria, seu bisneto Francisco Vieira recebeu o diploma.
Abaixo, o video completo do evento:



QUEM FOI FRANCISCO VIEIRA:

Francisco Vieira nasceu em Itapira no ano de 1881, ainda época do Império. Filho do Sr. Joaquim Francisco de Assis Vieira e Dona Alexandrina da Silva Vieira, católicos, e por ser criado à luz desses valores,  seguiu a religião de seus pais. Estudou no Colégio São Luiz na cidade de Itú até 1897 e após, no Ginásio Paulista, na cidade de São Paulo até 1899. Ingressou na Escola de Farmácia e Odontologia, onde se formou em Farmácia no ano de 1903, com muitos méritos escolares. Em 1904 casou-se com Dona Isaura da Silva Vieira, consórcio do qual vieram ao mundo, os filhos: Maria Aparecida Bueno (esposa de Dorival Bueno), Francisco Vieira Filho, Isaura Souza (esposa de Ollinto Meirelles de Azevedo Souza), Ivete Job (esposa de Abel Job) e as jovens Ivonnete, Ivone e llze.
Ele pôs sua riqueza a serviço da comunidade. Era compromisso pessoal e moral com os que mais precisavam. Este   é o ideal que muitos hoje buscam, com o rótulo de “responsabilidade social “. Virgolino, já o tinha. Não só ele. Quando Virgolino estava com 9 anos de idade, outro itapirense ilustre e abnegado, era eleito pelos seus pares, como Intendente (prefeito) em Itapira e, seria reeleito como tal durante 15 anos consecutivos. Qualquer entidade ou organização, só alça vôo seguro, quando as pessoas que detém posses e prestígio, participam delas. Nome e riqueza ... essenciais para Itapira.
O “Diário do Povo”, de Campinas, publicou ontem uma interessante reportagem, ouvindo uma conversa de militares na “gare” daquela cidade, no momento do embarque de tropas para o “front”. Um oficial moço, de maneiras distintas, exclama:

“... Não será do nosso lado que a corda arrebentará. Temos chefes valentes, como o capitão Potiguara, Chico Vieira, tenente Isidoro e outros. Quem é Chico Vieira? Chico Vieira é o homem que está em toda parte. Fazendeiro e gerente do Banco Comercial, em Itapira, certo dia lá foi ele com um aviador. Faz reconhecimentos, atira bombas, volta. No outro dia, sai um piquete de cavalaria em reconhecimentos. Chico Vieira segue com eles! Agora é a infantaria que avança. Lá está o Chico Vieira! Os soldados não o conhecem por Chico Vieira. Chamam-no “O Homem de Aço”...”.

Chico Vieira recusou ser comissionado no posto de coronel. Comanda, mas o seu poder de comando reside na confiança que lhe depositam todos os combatentes e no prestígio de que goza entre eles. É apenas um soldado raso que está em toda parte.
Em São Paulo, foi Superintendente da Cia Armazéns Gerais e da Cooperativa Central de Laticínios, ambas do Estado de São Paulo.
Em 1909, Itapira conheceu o automóvel. Três primeiros automóveis rodaram pelas ruas da cidade e, um deles era de propriedade dos Srs. Dr. Norberto da Fonseca e Cel. Francisco Vieira.

 "...O ano de 1909 assinalou aquilo fantástico, inacreditável. A vinda para a pequenina Itapira do primeiro automóvel, a máquina diabólica de marca francesa, 4 cilindros, com força de 28 cavalos, propriedade dos Srs. farmacêutico Francisco Vieira e do médico Dr. Norberto da Fonseca. Isso ocorreu no mês de junho e o desembarque na estação da Mogiana chamou a atenção da população em peso, já que todo mundo foi ver o tal do “chaufeur”, arrancar a máquina barulhenta de dentro do vagão. E teve gente que não acreditou naquilo que cheirava feitiçaria. Como podia aquilo rodar pelas ruas sem o auxilio de uma parelha de vigorosos animais? Como o padre Bento teve coragem de jogar água benta naquilo que tinha parte com o diabo?..."
JORNAL CIDADE DE ITAPIRA - 1973.

Regressando à Itapira, montou uma Farmácia. Além desta empresa, participou e/ou criou outras: serraria, fábrica de gelo, de mosaicos, tecidos de algodão e da fábrica de parafusos de fenda em São Paulo. Construiu também vários prédios em Itapira, em 1928 possuía 13 casas. Foi sócio da firma Pereira& Irmãos (Fazenda São Joaquim) e era dono da Fazenda São Francisco, que produzia algodão, café e ainda contava com um rebanho de gado leiteiro.
                Na política, logo em 1910, foi eleito vereador e indicado com Intendente. Foi presidente da edilidade até 1930. Foi membro do diretório do PRP - Partido Republicano Paulista de 1916 a 1930 e posteriormente diretor do Partido Constitucionalista. Foi eleito deputado para a Câmara Estadual em 14 de outubro de 1934.
Durante o mandato como Intendente, soube dotar a cidade de importantes melhoras: numerosas associações particulares tiveram seu concurso vantajoso, dando-lhes prestígio e desenvolvimento. Em 1917 fundou o Tiro de Guerra e, no mesmo ano, a instalação da Cruz Vermelha, presidida por sua esposa. Em 1918, com o surto da gripe espanhola, ele por ser farmacêutico, foi incansável no atendimento da população. Em 1924 presidiu a Escola Comercial. Ainda em 1924, a instalação do Banco Comercial do Estado de São Paulo, sendo ele o gerente até 1934.
Participou ativamente das revoluções de 1924, 1930 e 1932. O titulo de Coronel que detinha, visto que ele não era membro do Exército Brasileiro, era uma patente devido a sua ligação com a Guarda Nacional. Explico: Após o grito do Ipiranga em 1822, por cautela, foi fundada, oito anos depois, por decreto, a Guarda Nacional. Contava com civis e a finalidade era de servir e honrar a Constituição, a liberdade, a integridade do povo e auxiliar o exército na defesa do solo pátrio por mar e terra. Então, os títulos de coronel, tenente, capitão, major, eram dados aos chefes políticos das várias cidades brasileiras. Foi o caso de Francisco Vieira, conhecido como “Coronel Chico Vieira”.
No futebol, foi admirador e incentivador ardoroso.

   “...Era presidente do Sport, o mais poderoso esquadrão futebolístico de Itapira. Para reforçar o seu “11”, que era a sua maior vaidade, trouxe para o time um jogador de fora, verdadeiro demônio da pelota e de nome Carabina. Daí aquela piada na boca do povo: - no ano de 1923 entrou em Itapira a Carabina de efeito arrasador, por ordem do Coronel Chico Vieira, o manda-chuva da cidade, mas que, embora bom atirador, não feriu e nem matou ninguém.”
(Odete Coppos )

Em 28 de maio de 1951, através da Lei n. 92, o Estádio Municipal passa a se chamar “Coronel Chico Vieira”, pela assinatura do então prefeito em exercício Marcelo Avancini.
Francisco Vieira faleceu em São Paulo, no dia 05 de Maio de 1946. Itapira nunca antes nem depois, viu tão triste espetáculo fúnebre. Quando o trem que continha o esquife com o corpo do Cel. Francisco Vieira chegou à estação de Itapira, já era por volta de 21h00. Em procissão, milhares de pessoas seguiram pela José Bonifácio até sua casa que fica ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha. Durante toda a noite, seu corpo foi velado. No dia seguinte, outro cortejo levou seu corpo até o interior da matriz, onde foram feitas as últimas orações, logo depois, o cortejo a pé seguiu até o Cemitério da Saudade, onde foi enterrado. Sua última vontade foi realizada, hoje descansa em paz em sua terra querida.
No ano seguinte ao de sua morte, no dia 13 de Agosto, foi inaugurado um busto na parte de baixo da Praça Bernardino de Campos. Como não podia ser diferente, a cidade o homenageou com uma herma (seu busto) que está na Praça Bernardino de Campos, ao lado do monumento das Bandeiras e da herma de João Nogueira. Homenagem mais que justa a alguém que fez muito pela terra onde nasceu e prosperou.


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Eric Lucian Apolinário

Pesquisador - Presidente
(19) 98102-7351
Núcleo MMDC de Itapira "Cel. Francisco Vieira'



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