CARTA DO CAPITÃO-MÉDICO JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA


Quando se ouve o nome "Juscelino Kubitschek", logo se pensa em "Brasília" e "Presidência da República". Mas um fato no mínimo curioso e interessante, muitas vezes despercebido. Antes de se tornar um grande Presidente do Brasil, ou até mesmo pensar em transferir a capital nacional para o interior do país, o jovem Juscelino Kubitschek de Oliveira, após se formar na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e retornar de uma viagem pitoresca à Europa, foi convocado para a Força Pública. Em 1932, através de um convite de Gustavo Capanema, que na época era secretário do interior e como tal, comandante da polícia, Juscelino ingressa no corpo médico da Força Pública de Minas Gerais, hoje Polícia Militar, juntamente com vários outros médicos e professores de medicina do Estado.


Durante a Revolução Constitucionalista, Juscelino é imediatamente convocado para o corpo médico que atuaria no “front”. Nas batalhas, Juscelino exerceu sua medicina atuando na cidade de Passa Quatro que ficava no setor do Túnel da Mantiqueira. Nas trincheiras, tornou-se amigo de personagens que futuramente iriam exercer cargos políticos da maior importância, como Eurico Gaspar Dutra, na época coronel, que mais tarde viria a ser Ministro da Guerra e posteriormente, Presidente da República. Conheceu também Benedito Valadares, que havia sido nomeado delegado de polícia da região do Túnel e mais tarde seria nomeado por Getúlio Vargas interventor em Minas Gerais.

Soldados Federalistas

Neste "post", o Núcleo Cel. Francisco Vieira, traz aos seus leitores, uma carta publicada no jornal "Minas Geraes", intitulada: "Como luta o soldado mineiro na zona do Túnel". Quem assina a carta, é o então capitão-médico da Força Pública do Estado de Minas Gerais, sr. Juscelino Kubitschek de Oliveira. Nela, o jovem médico fala sobre as montanhas da divisa entre São Paulo e Minas, das dificuldades de locomoção, e permanência nas trincheiras:

"... É uma verdadeira epopéa o que estão fazendo. As trincheiras situadas a 1.800 metros de altura, sob uma temperatura siberiana, envoltas sempre num espesso nevoeiro, que impede a visão a cinco metros, pela manhã e pela tarde e que só deixam aquecer um pouco do meio dia às 3, repousam num terreno encharcado e humido. De qualquer dellas avistam-se com clareza as trincheiras inimigas e, com auxilio de binóculo, vêem-se perfeitamente os paulistas a conversar lá dentro. (...) O abastecimento é feito de uma maneira dificílima, as costas dos pobres soldados, que sobem por verdadeiras paredes. Em muitos lugares foi necessário fazer escadinhas para que se pudesse galgar as rampas. O transporte dos feridos, mais difícil ainda, é feito nos braços dos companheiros, porque nem padiola trafêga nos ingremes e tortuosos trilhos, varados através de espessos tabocal, cheio de cipó. E, si os paulistas, inclementes como sempre, percebem rajadas sobre rajadas de metralhadoras, ainda mais dificultam o transporte ..."

capitão-médico Juscelino Kubitschek de Oliveira de braços cruzados. Único sem boné branco.

Infelizmente, não conseguimos fotografias do período em que JK
serviu como capitão-médico em alta resolução.

FONTES: Memorial JK, Jornal Minas Geraes, Arquivos do Núcleo Cel. Francisco Vieira-MMDC de Itapira.

Comentários

  1. OLÁ MEU NOME É ROSA TRABALHO EM UMA BANCA DE REVISTAS EM FRENTE AO HOSPITAL MILITAR.RECENTEMENTE PERDI MEU AMIGO O PASTELEIRO ,QUE TRABALHOU POR QUASE 70 ANOS VENDENDO PASTEIS EM FRENTE AO HOSPITAL MILITAR.(ELE É O QUE ESTA MAIS AO FUNDO DESTA FOTO BEM NA PORTA DO HOSPITAL) ESTOU A PROCURA DE FOTOS DELE AO LADO DO JUCELINO,SEI QUE TIRARAM FOTOS JUNTOS.EU QUE TINHA O SEU ZÉ COMO UM PAI QUERO FAZER UM MEMORIAL PRA POR ISTO ESTOU A PROCURA DE FOTOS NÃO SÓ COM JUCELINO MAS COM AMIGOS EM GERAL ,SE PUDEREM ME AJUDAR FICO MUITO GRATA .
    OBRIGADA.

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